Irmãs Missionárias Capuchinhas da Fraternidade Assisi iniciam nova experiência em Gualdo Tadino-Itália,Veja!
Partilha Missionária da Fraternidade “ASSISI”, em Gualdo Tadino/ Itália
“Andate com coraggio, gioia e misericórdia” (Fra Giampietro di Sesto, fundatore della Congregazione)
Dizermos “SIM” a uma realidade em que nos encontramos, implica “NÃOS”, isto é, nos remete à condição de “toglere le scarpe” tirarmos as sandálias, despojar-nos de nós mesmas, porém não perdermos a nossa identidade de Irmãs Missionárias Capuchinhas brasileiras, e, sobretudo a identidade familiar oriunda do nordeste do Brasil”. Diante de tantos desafio, estamos dispostas a acolhermos a cada dia e a cada momento as novidades que surgem “davanti a noi” à nossa frente, quase sempre elas geram medo, insegurança, dúvidas, porém nos possibilitam o cultivo da vivência do “ser menor” e até experimentarmos a sensação de voltar ao tempo de criança, isto é: aprendermos a falar, a darmos pequeninos passos quase sempre inseguros. Viver aqui, como missionárias nesta cultura europeia para nós, está sendo uma realidade que nos possibilita vermos outro mundo totalmente desconhecido porém com outra ótica, exercitarmos nosso ouvidos para a escuta de novos rumores, provar novos sabores, em fim, deixarmos não só as sandálias, mas, criarmos disposição interior para acolhermos outra realidade, abrirmos nossos corações para acolhermos, considerarmos e amarmos o desconhecido. Eis o desafio! Missionário em terras alheias “deve avere orecchio di discepolo per sentire Dio” necessita ter ouvido de discípulo para ouvir Deus e não a si. Recordamos sempre o que São Francisco falou para seus companheiros: “Irmãos, comecemos tudo de novo, porque até agora….pouco ou nada fizemos”. Acreditamos que é possível a itinerância missionária quando nos colocamos na condição de não impormos condições, cuja situação viveu Maria, quando recebeu o anúncio do anjo: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a tua Palavra”. (Lc. 1, 38)
Seis meses faz que estamos aqui na Região Assis-Gualdo Tadino / Itália, fora do nosso país. Durante quase 5 meses, vivemos em Assis na casa de nossos Irmãos Capuchinhos, onde fomos bem agraciadas com seus “cibo” alimentos, vida fraterna, apoio e orações a eles agradecemos incessantemente pela acolhida e orientações. Foi um tempo oportuno para estudarmos a língua italiana, providenciarmos documentos, conhecermos um pouco da cultura e religiosidades, juvenil e compartilharmos nosso dons e esforços, contribuindo com os serviços de acolhida de migrantes/hospedes e com Liturgias Eucarísticas aos domingos durante três meses em uma casa dos Frades Capuchinhos em Assis, “Domus Letizia”. Experiência que nos oportunizou também maior proximidade com a língua italiana. Durante este período, participamos de caminhadas pelas ruas de Assis, celebrações em santuários, encontros de jovens nas paróquias e em outras cidades e nos aproximamos de algumas Congregações. Foi um tempo de desafio e Graça, sobretudo ao contemplarmos a gratuidade de Deus revelada no semblante de milhares de peregrinos do mundo inteiro que percorrem diariamente as ruas e santuários de Assis buscando conhecer as pegadas de São Francisco e Santa Clara nesta pequenina e singela cidade.
Um pouco mais de um mês faz que mudamos para a cidade de Gualdo Tadino, fomos bem acolhidas pela Fraternidade dos Capuchinhos, pela jovem, Nisa brasileira que aqui vive e outras pessoas que rapidamente se aproximaram de nós. Aqui estamos iniciando uma nova etapa da nossa Fraternidade.
Gualdo Tadino é uma cidade a 30 km de Assis, situada nas montanhas, segundo os moradores é uma das mais frias da região e chega a 10Cº abaixo de zero. São 15.049 habitantes. Antes, era uma cidade industrial com a maior produção de cerâmica do país, hoje, porém quase todas as fábricas estão falidas. O desemprego é muito grande e se ouve falar tanto em crise financeira. Aqui não se ver tenta gente nas ruas e as casas são fechadas devido o clima frio, mas quando nos aproximamos das pessoas, somos muito bem acolhidas. Para eles, um sorriso, um “buongiorno” bom dia, um aperto de mão, uma escuta, uma atenção, “sono benvenuti” são ações bem vindas.
A Igreja é tradicional mas há muitas pessoas que expressam pensamentos diversos. Os jovens estão literalmente foras das igrejas, só os encontramos nas escolas e praças. Um grupo de senhoras que ajudam no Santuário e participam todos os dias da Celebração Eucarística com os frades e agora também conosco, nos interpelaram: “vocês são daquelas religiosas que o Papa Francisco falou que devem sair dos conventos para estarem no meio do povo”? Sim, somos! Somos Missionárias Capuchinhas brasileiras. Acrescentaram: Precisamos de vocês, brasileiras, alegres, jovens, dinâmicas que gostam de estar no meio de nós. Temos grupos de estudo Bíblicos, encontros para novenas do Natal e tantas outras atividades religiosas e queremos vocês para nos ajudarem. Podemos contar? Poucos dias depois recebemos visitas do grupo.
Gualdo Tadino, tem três paróquias. O santuário de “Madre del Divino Amore” Mãe do Divino Amor e uma casa para formação de jovens e família, pertencem aos Frades Capuchinhos. Aqui, em Gualdo, para nós é um recomeço de quase tudo, até a língua é usada com dialeto regional que difere da que havíamos estudado. Diante do espaço missionário que a nós é foi proposto pela Província dos Capuchinhos da Úmbria, deveremos ser presença com as famílias, jovens, e contribuirmos com formação e acolhida da casa que vivemos, também colaboramos com a presença no Santuário. Nossa missão não se restringe unicamente a Gualdo Tadino, mas a toda a Província da Úmbria, onde somamos com Frei Acácio, brasileiro, coordenador da pastoral da Juventude e da missão da Província Uma expressão que ouvimos com frequência aqui é: “piano, piano si impara” que significa: “devagar, devagar vocês aprendem…” Estamos fazendo o processo de conhecimento e aprendizado na expectativa de abrirmos novos caminhos. Continuamos acreditamos na força e poder da oração de cada uma de vocês que independente da distancia e altitude, chegam e aquecem nossos corações, pois, conforme nos diz a carta circular do Beato Frei João Pedro nosso fundador do dia 21. 08.1912. “O Religioso exemplar, devoto e observante é o orador mais eficaz e mais apreciado pelo o povo, diante do qual todos se curvam por veneração e respeito”. Portanto seguiremos juntas
Gualdo Tadino, 01/12/2014