Outogada Título de Cidadã Fortalezense, Irmã Zeferina Maria Missionária Capuchinha.Veja!.

pageIRMÃ ZEFERINA TEVE SUA HISTÓRIA CONTADA EM  LIVRO E RECEBE HOMENAGEM NA CÂMARA

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou, nesta sexta-feira, 12, às 9h30min, a entrega do Título de Cidadã de Fortaleza à Missionária Capuchinha, Irmã Zeferina Maria Aguiar. A comenda foi proposta pelo vereador Acrísio Sena (PT).

A sessão solene marca uma oportunidade de reconhecer as ações sociais de Zeferina, que desenvolve suas atividades na comunidade de Messejana.

Natural da cidade de Canindé, a freira franciscana tem sua vida contada no livro “IRMÃ ZEFERINA – A força da caridade”, do jornalista Germano Montgomery.

A obra possui também experiências missionárias de Zeferina, relatos e depoimentos da Superiora Geral da Congregação das Irmãs Missionárias Capuchinhas, Irmã Benvenuta Maria, além do prefácio da Vice-Postuladora, Irmã Utília Maria.

A homenageada promove cidadania e ajuda os moradores enfermos de Messejana com o Posto de Saúde Santa Rosa de Viterbo, Coral Infância Missionária Capuchinha, Sopão dos Pobres, dentre outros.

Foram mais de 50 anos de enfermagem dedicado aos mais necessitados. Exerceu suas funções no Hospital Geral César Cals, em Fortaleza; Hospital Municipal de Guaramiranga, Ceará; no Hospital São Vicente de Paulo, em João Pessoa, Paraíba; e nos Hospitais Português e Tarquínio Lopes Filho, ambos na cidade de São Luís, Maranhão

Alcançou notoriedade nas torcidas de futebol por pedir esmolas nos estádios para ajudar na manutenção do Posto de Saúde.

Celebrou 86 anos de idade e 68 anos de vocação, como Irmã Missionária Capuchinha. Ela é uma das Irmãs contemporâneas que fizeram parte da história da Congregação.

OUTORGA DO TÍTULO DE CIDADÃ FORTALEZENSE À IRMÃ ZEFERINA MARIA.

o evento ocorreu na manhã do dia 12 de dezembro, em sessão solene na Câmara de Vereadores de Fortaleza, por iniciativa do Vereador Acrísio Sena, que presidiu a solenidade. A ela compareceram, em grande número, as Irmãs Missionárias Capuchinhas , com sua Superiora Geral Irmã Benvenuta Maria, familiares de Irmã Zeferina (três gerações), amigos, colaboradores, Leigas Missionárias Capuchinhas, e uma delegação notável de líderes dos Parques Pampulha e Iracema (Messejana), duas áreas que foram palcos privilegiados das atividades missionárias de Irmã Zeferina. O cerimonial incluiu a leitura do decreto que conferiu o título, o pronunciamento de alguns oradores, que sob ângulos diferentes, relataram a biografia da homenageada, ressaltando aspectos que a  notabilizaram e que determinaram a outorga da comenda. Esse site oferece aos seus visitantes o depoimento de Irmã Simone Maria de Oliveira Fortes, que falou em nome da Congregação das Irmãs Missionárias Capuchinhas; desvela traços do perfil de Irmã Zeferina Maria e aponta, com muita propriedade, fatos que revelam o extraordinário da missionária incansável justamente homenageada.

“Exmo. Sr. Vereador Acrísio Sena

Representante do DD. Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza

e demais componentes da mesa.

Saúdo todos os  convidados, amigos, familiares de Irmã Zeferina;

Uma saudação especial às minhas co-Irmãs Missionárias Capuchinhas.

 A todos, bom-dia! Paz e Bem!

Foi-me concedido o privilégio de trazer, em nome das Irmãs Missionárias Capuchinhas,  um depoimento sobre Irmã Zeferina. Vou fazê-lo, respaldando minhas palavras, que são frágeis, com a robustez das Escrituras  Sagradas. Permitam-me ler o que  resumi para que não me perca nos caminhos da timidez e da emoção.

Convivendo com Irmã  Zeferina,  tive incontáveis oportunidades de contemplar o seu modo de ser e de agir. Faço uma leitura dessas ocasiões, referindo-as à conhecida  passagem de Mt  5, 13-16:  “Vós sois o sal da terra. Se o sal perder a sua força, com que lhe será restituído o sabor?… Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso pai que está nos céus”.

Senhoras e Senhores, como dar sabor à vida, hoje  tão dilacerada por amargas ocorrências e pela insensibilidade diante da necessidade do nosso semelhante que nos pede atenção, nosso tempo, a partilha, o exercício dos nossos talentos? Como iluminar esse mundo tão obscurecido pelas trevas do desamor, da violência  e da indiferença ante os problemas que ameaçam e torturam as pessoas próximas  ou distantes?

Reportando-me a tantos fatos protagonizados por Irmã Zeferina, vejo que  eles sinalizam um modo de sermos esse sal e essa luz.

Quando Irmã Zeferina, em suas andanças pelas cidades do interior, onde trabalhava, descobre, nos recônditos da serra,  uma criança especial  e tira-a de um buraco no chão, onde a miséria familiar a prostrava, para cuidar dela, extremosamente, até assegurar-lhe a vida saudável, ela estava adoçando uma vida amarga, ela estava oferecendo sabor ao insípido, estava sendo sal da terra. Multipliquemos esse caso até perdermos a conta e teremos um dado real  da vida de nossa homenageada.

Quando Irmã  Zeferina, pensando unicamente na pessoa desacompanhada, mesmo desconhecida, que passa mal na rua, e destemidamente pára o trânsito em local movimentado, até encontrar o necessário  socorro, ela estava  iluminando o mundo ao seu redor, questionando-o, desafiando-o, comovendo-o.  Multipliquemos esse caso até perdermos a conta para  termos mais um indicador concreto da vida de Irmã Zeferina.

Quero, então, pontuar:  esses são gestos ao alcance de todos, necessitando apenas de audácia e do zelo ardoroso pelo bem do próximo, para fazer a diferença e execrar a indiferença.  Audácia e zelo são  virtudes que nunca  faltaram à Irmã Zeferina e sempre lhe permitiram fazer a diferença.

Senhoras e Senhores, contemplando a sua  trajetória em nossa Família Religiosa de Irmãs Missionárias Capuchinhas – sessenta e oito anos de pertença, completados no dia sete pp. –  ressalto sua missão, dentro dos quadros da obediência religiosa,  sempre a serviço da saúde, nos hospitais, no âmbito das nossas fraternidades, na rua, no Posto de Saúde Santa Rosa, por  essas quase sete décadas. E quais as marcas identitárias? Doação absoluta, desprendimento total, competência prodigiosa. Sempre incansável, a serviço da vida, defendendo-a, preservando-a, multiplicando-a, nas pegadas do Mestre a quem escolheu seguir, Aquele que afirmou categoricamente: “Eu vim para que todos tenham  vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).

Com essa mística missionária, Irmã Zeferina  tem honrado seu hábito franciscano e sua adesão a Jesus Cristo. Com essa mística missionária, Irmã Zeferina encarna o perfil  que a Igreja traça para os Consagrados, modelo antigo, retomado agora, pela palavra e pelo exemplo, por nosso carismático Papa Francisco: “sair” e ir rumo aos outros, para  escutá-los, para levar-lhes a Palavra, a consolação de Deus; para “derramar sobre eles”, como profetizou o Servo de Deus Frei João Pedro, nosso Fundador, ”os infinitos tesouros da misericórdia divina”. Irmã Zeferina, a missionária incansável e inquieta, sempre saindo apressadamente, à moda de Nossa Senhora, para servir e ajudar.

Por isso é que já se escreveu bastante sobre Irmã Zeferina e ainda se escreverá.

Senhoras e Senhores, entre muitos outros destaques que poderia fazer, quero ainda privilegiar um que se insere meridianamente  na passagem  evangélica sobre os talentos ( Mt  25, 14-23) e que eu lembro resumidamente: “Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito”. Irmã Zeferina fez com um talento seu, aliás de sua  família, a aptidão musical, uma fecunda semeadura: um coral e um curso de música instrumental – duas sementes, fecundadas por uma crença e um ideal. Dezenas de crianças e jovens por eles passaram, recebendo através da música os melhores ensinamentos que se podem plantar no chão da vida, traduzidos em valores humanos, cristãos e artísticos. Esses frutos estão vivos nos seus corações. E não só a música, mas sendo  autêntica artesã, a criatividade levava Irmã Zeferina  a incursionar por outros caminhos da arte. Contanto que pudesse repartir, doar-se e, sobretudo, promover a pessoa necessitada. Assim sonhava, assim fazia acontecer.

Senhoras e Senhores, lemos em Mt, 22, 21: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, em outras palavras:  “Dai a Deus o que é de Deus, ao irmão o que é do irmão”. Desse modo, fazemos a justiça acontecer. Entendo que, nessa solenidade, faz-se justiça à nossa Irmã Zeferina, conferindo-lhe uma honraria, por reconhecimento aos seus atos humanitários. É um evento que faz diferença nesse mundo competitivo, eivado pelo egoísmo, inveja, individualismo. Sim, Irmã Zeferina serviu exemplarmente a sociedade que lhe outorga um honroso título – de cidadã fortalezense.

Parabéns! A quem recebe a homenagem, aos que apoiaram Irmã Zeferina, na sua semeadura do bem, aos que promoveram essa solenidade.

Quero finalizar afirmando que essa justa homenagem  acrescenta nosso louvor, nossa admiração ao bem que Irmã  Zeferina já praticou; soma aos seus atos de bondade o reconhecimento de que são gestos cidadãos, de caridade cristã, dignos de imitação; mas essa mesma tocante deferência,que lhe está sendo prestada hoje,  pode acrescentar muito  mais, suprindo o que ela, por múltiplas razões, não pôde fazer e o que ela gostaria de continuar fazendo e já não pode, porque suas condições pessoais de saúde, precisamente condições de saúde, não lhe permitem; muito, tudo mesmo, pode  ser completado, se essa homenagem for o nascedouro de um  voluntariado eficaz, que se some ao que já acontece, para que se assegure a continuidade de sua obra, adotando-se particularmente aquilo que se tornou o coroamento da sua jornada – o Posto de Saúde Santa Rosa: vamos, pois,  adotar o sopão, o xarope de cupim, a farmácia, a sala de curativos, o curso de música, as práticas integrativas, tudo que ali é oferecido dentro de uma moldura de muitas carências, de muitas limitações.

Sim, vamos engajar-nos ao lado dos já colaboradores conhecidos ou anônimos – seria demasiado longo citá-los agora -,  que se incluem necessariamente nessa homenagem, porque Irmã Zeferina sempre contou com eles e sempre tornou pública, em seus testemunhos e em suas orações,  toda e qualquer parceria.

Parabéns, Irmã Zeferina, nós Irmãs Missionárias Capuchinhas estamos felizes com você.  Louvado sejas, meu Senhor!

Muito obrigada.“