Homenagem das Leigas Missionárias capuchinhas a Frei João Pedro pelo Centenário de sua morte física – o Imortal de pureza e santidade
FREI JOÃO PEDRO – O SERVO DE DEUS
HOMENAGEM A FREI JOÃO PEDRO NO CENTENÁRIO DE SUA MORTE FÍSICA
Nascido no vilarejo de Sexto São João, em Milão, na Itália, aos 09 de setembro de1868, seus genitores, Carlos Recalcate e Julieta Strada, pessoas humildes, mas, verdadeiramente, cristãs deram-lhe, na pia batismal, o nome de Clemente, que depois, na família foi tratado, carinhosamente, como Clementinho.
Em 10 de novembro de 1877, aos nove anos de idade, Clemente recebeu o sacramento da Crisma. Desde a infância sentia forte atração pela vida missionária. Em abril de 1882, antes dos 14 anos, em plena adolescência, entrou para a vida religiosa no convento dos Capuchinhos de Lovére. Durante o curso de Teologia, e após haver terminado o curso de Filosofia, no dia 23 de maio de 1891, foi ordenado sacerdote.
Comprometido, definitivamente, com a vida missionária Frei João Pedro e mais sete companheiros viajaram para o Brasil aportando na Região Nordeste, na cidade de Recife – PE., aos 25 de novembro de 1904, seguindo dali, para São Luiz – MA.
Dedicou-se às missões ambulantes nos estados do Maranhão, Piauí e CE. Fundou a Congregação das Irmãs Terceiras Capuchinhas, em 18 de dezembro de1904, uma das mais belas gemas da coroa desse missionário, que obteve dessas religiosas um grande apoio para o desenvolvimento do seu trabalho na missão. Ao correr esse risco, Frei João Pedro, propôs à congregação, recém criada, a função de vivenciar, não de forma individual, mais em comunidade fraterna, o carisma de “encarnar o franciscanismo no discipulado de Jesus Cristo, servindo, fraternalmente, aos mais pobres com coragem, alegria e misericórdia, na simplicidade e no acolhimento”, como forma de praticar, através da obediência, a originalidade da Regra e da Constituição.
Muito estimado pelos prelados, clero regular, secular e, também, pelos religiosos, estendia a todos sua benevolência, conselhos e autoridade.
No início do ano de 1913, seu estado de saúde se tornou bastante delicado, por complicações renais, fígado e esgotamento físico. Mesmo assim, ainda realizou visita anual às residências das missões, viajando em estradas, precárias e íngremes, que fragilizaram, mais ainda, sua saúde física. A última fraternidade visitada, na oportunidade, foi a de Canindé no Ceará. De lá seguiu para o convento do Sagrado Coração de Jesus em Fortaleza – Ceará, por pressentir que sua resistência física estava chagando ao fim.
Frei João Pedro retornou à casa do Pai no dia 05 de dezembro de 1913, em plena atividade missionária. Na oportunidade Dom Santino Maria Coutinho, Arcebispo de Belém – PA., ao saber de sua morte exclamou: “Morreu um apóstolo excepcional! Seu grande amor dedicado aos pobres e aos irmãos, mais necessitados, não morrerá jamais! Frei João Pedro permanecerá figura puríssima, doce e fraterna do bom operário evangélico, que tudo ofereceu pela salvação e felicidade dos outros”.
Fervoroso na prática do bem, zeloso, na observância dos votos professados, alma boníssima de exemplar sacerdote, Frei João Pedro passou pela terra como verdadeiro apóstolo comprometido com o bem. Possuidor de uma humildade, verdadeiramente, franciscana, um exemplo de espiritualidade e amor ao próximo o tornaria, ainda mais, venerado como um santo.
Seus restos mortais encontram-se na Capela da Casa Santa Rosa de Viterbo em Fortaleza – CE., para veneração de todos e, em especial, de suas filhas as Irmãs Missionárias Capuchinhas e da família Leiga Missionária Capuchinha, que receberam dele não só o carisma a ser vivido, mais o exemplo de vida religiosa e missionária, em toda sua originalidade e pureza.
H.S/LMC
Fortaleza, 11/03/2011