Natural de Sexto São João – Milão – Itália, filho de Carlo Recalcati e Giudita Strada. Nasceu em 9 de setembro de 1868. Realizou a vestição religiosa em Lovere dia 28 de fevereiro de 1884. Sua primeira Profissão dos Votos Solene foi realizada em Milão dia 02 de março de 1888 Frei João Pedro foi ordenado Sacerdote, em Milão dia 23 de maio de 1891. Em 4 de novembro de 1894, recebeu o crucifixo missionário e aconteceu seu envio missionário, dia 25 de novembro chegou ao Brasil. Em São Luis do Maranhão, Frei João Pedro chegou dia 3 de dezembro de 1894. Em 18 de dezembro de 1904 aconteceu a Fundação Congregação das Irmãs Missionárias Capuchinhas na Igreja Nossa Senhor Auxiliadora, em Belém do Pará e dia 5 de dezembro de 1913, Frei João Pedro de Sexto são João regressa para a Casa do Pai em Fortaleza Ceará. Abertura Processo de Beatificação – 17 de novembro de 1997- dia 21 de maio de 2022, foram reconhecidas suas virtudes Heroica e promulgado o Título de Venerável Frei João Pedro de Sexto São João da ordem dos Frades Menores capuchinhos, OFMCap..
BREVE HISTÓRICO
Frei João Pedro nasceu dia nove de setembro de mil oitocentos e sessenta e oito (1868),e foi batizado no mesmo dia, na Igreja matriz de Sexto São João, recebendo na pia batismal, o nome de Clemente Recalcati. Crismou-se na mesma Paróquia, no dia dez de setembro de mil oitocentos e setenta e sete (1877), administrada pelo Arcebispo de Milão. Na localidade de Sexto São João, antigo porto militar do Império Romano, próximo a Milão, no norte da Itália. Era filho de Carlo Recalcati e Judite Strada, humildes camponeses. No batismo recebeu o nome de Clemente. Apesar das traquinagens e travessuras próprias de uma criançaa saudável, sua mãe logo percebeu o germe da vocação do filho. Isto a fez mais vigilante quanto à sua formação, corrigindo-o com doçura e atenção. Desde pequeno manifestou profunda inclinação para os sentimentos religiosos e sensibilidade para com os mais necessitados, fossem mendigos ou colegas de escola. Com seu grande amigo Caimi, três anos mais velho, alimentava o desejo de ser missionário. Aos 14 anos, em abril de 1882, tendo terminado o curso elementar, entrou para o seminário dos Frades Capuchinhos, e recebeu o nome de Frei João Pedro. Caimi já havia passado por esse seminário, e havia recebido o nome de Frei Estevão. Em 23 de maio de 1891, João Pedro foi ordenado sacerdote.A Província Lombarda, da Ordem dos Capuchinhos, vivia dias de grandes anseios missionários, abrindo uma frente missionária no norte do Brasil Frei Carlos de São Martinho Olearo partiu na primeira expedição, rumo à diocese de São Luiz, no Maranhão. A falta de padres era tremenda. Em uma segunda expedição partem mais 8 missionários, entre eles Frei Estevão e Frei João Pedro. Em 15 dias de viagem de navio chegam ao Recife, e em seguida, São Luís. Frei João Pedro dedicou-se totalmente ao trabalho, percorrendo incansável o sertão do Maranhão e do Piauí nos 8 meses consecutivos de estiagem. Essa vida de desobrigante era feita praticamente sem a ajuda de outros padres, no lombo de um burro. Os missionários ariscavam-se com a febre-amarela, a varíola e outras doenças graves, mas frei João Pedro estava muito contente e feliz, realizando o sonho de sua vida. A obediência, porém, o tirou do seu querido campo de batalha, e foi designado para Vice superior do Convento do Carmo, em São Luís. Além das várias atividades na cidade e arredores, pregava também as missões populares, sendo enviado para isso até mesmo ao Ceará. Grande era sua operosidade e resistência no trabalho, sua atitude paternal e amável para com todos. Por suas qualidades de liderança, em 1900 foi designado Superior do Convento do Carmo, e recebeu também o importante encargo de Mestre de Noviços. Em março de 1901 abate-se sobre todos a terrível tragédia do Massacre de Alto Alegre. Por tão grande choque, o superior e iniciador da missão Capuchinha, Frei Carlos, foi atingido por uma irremediável amnésia, que o tornou inábil para o trabalho. Frei João Pedro foi chamado para ocupar o seu posto provisoriamente, mas continuando a ser o mestre de noviços. Foram dias difíceis, de lágrimas e de muita oração. Frei João Pedro tornara-se mais quieto e meditativo, mas sempre intrépido e confiante. Nos anos que se seguiram, assumiu esse encargo de forma oficial, e a missão continuou o seu trabalho sempre em meio a muitas fadigas. Cada vez mais os bispos pediam que os capuchinhos assumissem paróquias e outras atividades urgentes, nas poucas mas imensas dioceses. A necessidade era tanta, que os fervorosos missionários não conseguiam se furtar a esses comoventes apelos. Os missionários que vinham da Itália eram sempre insuficientes, e muitas vezes tratava-se apenas de repor o número daqueles que adoeciam ou até mesmo morriam por diferentes doenças. Como superior, o maior trabalho de Frei João Pedro eram as visitas canônicas, isto é, a visita às casas da congregação, zelando por todo o trabalho nelas realizado e pelo fervor da vida religiosa de seus membros. Essas comunidades capuchinhas sob sua direção iam de Fortaleza, no Ceará, à Belém, no Pará, e anos mais tarde, até Manaus e Ourém, no Rio Negro, Amazonas. As atividades eram as mais variadas: atendimento paroquial, desobrigas, colégios e asilos para órfãos, catequese em tribos indígenas, etc.. Quando terminava as visitas, dedicava-se a todo tipo de trabalho, mesmo que não estivesse se sentindo bem ou estivesse doente e sem forças. Muitas vezes era atacado por problemas digestivos, inapetência ou insônia. Cada vez mais passava longas horas em oração na igreja durante a noite, e de dia ia visitar enfermos e necessitados, sempre bondoso e acolhedor. Em 1903, uma necessidade tornou-se inadiável: a presença de religiosas na Colônia do Prata, administrada pelos capuchinhos e mantida pelo governo do Pará. Naqueles anos a colônia era dirigida pelo intrépido Frei Daniel de Samarate. As freiras eram indispensáveis para o prosseguimento do colégio das meninas, e exigência contratual do governo. Frei Carlos havia trazido para a missão as irmãs capuchinhas de Madre Rubatto, mas o Massacre de Alto Alegre inviabilizou esse projeto. Uma série de contratempos impediu a vinda de outras congregações religiosas, e não se podia esperar mais. Após meses de oração e discernimento, Frei João Pedro concordou com os apelos dos seus companheiros e decidiu-se por fundar uma nova congregação. Feita a proposta a um grupo de catequistas vocacionadas de Canindé, CE, que aguardavam para poder seguir a vida religiosa, 5 jovens que pertenciam à Ordem Terceira Regular (OFS), aceitaram assumir esse projeto. Estas generosas leigas deixam tudo e partem para Belém, onde recebem o hábito franciscano, e em seguida dirigem-se à Colônia do Prata.
Irmãs Cofundadoras : Irmã Isabel, Irmã Madalena, Irmã Verônica, Irmã Clara e Irmã Inês
Iniciava-se, assim, a benemérita Congregação das Irmãs Missionárias Capuchinhas, que iria se expandir por muitos estados do Brasil, e além fronteiras. As cinco Irmãs, Cofundadoras, juntamente com Frei João Pedro, seguiram para Colônia em Santo Antônio do Prata, no Pará, para darem inicio à missão com a educação para crianças indígenas e filhos de migrantes nordestinos. Nos últimos meses de 1905, frei João Pedro esteve na Itália para encontrar-se com o novo provincial capuchinho e expor-lhe com todos os detalhes tudo o que acontecia na missão, as dificuldades e conquistas, os planos para novas comunidades e trabalhos a desenvolver, bem como a fundação da congregação das irmãs. Ao longo dos anos, a saúde de frei João Pedro foi se deteriorando. Problemas no fígado e nos rins, nefrite, hidropisia e outros males advindos do trabalho extenuante. As recomendações médicas são claras: repouso absoluto! Mas como repousar diante de tantas necessidades urgentes? Frei João Pedro continua suas viagens, arrastando-se para cumprir suas obrigações, até que ficar acamado, em Fortaleza. Foram 2 semanas de cuidados médicos e 5 operações, sofrimentos físicos e espirituais, intensa oraçõo. Frei João Pedro prepara-se para a morte, toma as providências necessárias para a continuidade da missão e confia a jovem congregação das irmãs, fundada a 9 anos, aos cuidados de Frei Estevão, seu amigo de infância. De 2 para 3 de dezembro de 1913 entra em coma, e falece na manhã do dia 5, aos 45 anos de idade, após 19 anos de intensa atividade missionária no norte do Brasil! Após sua morte, as Irmãs enfrentaram dificuldades, contaram com a ajuda dos irmãos Capuchinhos de Frei João Pedro, Frei Estêvão e Frei Robert e com a força da oração e o poder do silêncio das Irmãs com a dor da ausência do Fundador sentiam a Fortaleza de Deus. A Congregação reacendeu a chama do amor, sem perder de vista o ponto de partida.
. 1. IRMÃ VERÔNICA MARIA:PERFIL HUMANO: Nasceu a 03 de outubro de 1866 e estava com 38 anos quando iniciou a Vida Religiosa. Bem educada, cortês, amável e respeitosa. Não criticava as Co -Irmãs e jamais murmurava das ausentes. Amante dos pobres, prestou grandes serviços aos flagelados cearenses que procuravam recursos na Colônia do Prata. Com grande zelo e dedicação exerceu os cargos de Mestra de Noviças, Conselheira Geral e Superiora. Pessoa fina, educada, silenciosa e respeitadora. Na casa de repouso, em Messejana, Irmã Verônica viveu seus últimos doze anos, morrendo no dia 09 de fevereiro de 1960.PERFIL ESPIRITUAL
A Irmã distinguiu-se por seu espírito de fé e por uma piedade sincera e dinâmica, que a impulsionava a buscar a perfeição nas pequenas coisas do
cotidiano. A alegria foi o elemento do Carisma mais evidente na Irmã. Era notável seu amor à pobreza e a simplicidade, bem como o espírito de obediência e a cordial alegria em acolher a todos que a ela se acercavam. Pessoa muito humilde, orante e silenciosa. Se fossemos escolher, entre as cofundadoras, a Patrona de nossa animação vocacional, a escolha seria muito justa se recaísse sobre ela. Deus lhe dera os dons da escuta e do aconselhamento; e, com zelo e devoção, exerceu este caridoso mister, ajudando às Irmãs, e as jovens vocacionadas.
2. IRMÃ CLARA MARIA: PERFIL HUMANO
A Irmã Clara nasceu no dia 26 de julho de 1869 e, iniciou a Vida Religiosa com 35 anos. Desde jovem sonhava ser religiosa. Quando Frei João Pedro sentiu-se chamado por Deus para fundar a Congregação, Irmã Clara foi a primeira a apresentar-se e, de coração aberto aceitou o convite, como expressão da vontade divina. Foi Mestra de Noviças e Superiora local em Ourém, Grajaú e Barra do Corda. Faleceu a 20 de setembro de 1924, em Turiaçu – MA.
PERFIL ESPIRITUAL
Mulher corajosa, foi a primeira a dizer SIM ao convite do Fundador Frei João Pedro. Amiga do diálogo, atenciosa e fraterna. Tinha uma aguçada sensibilidade para perceber as necessidades das pessoas e sempre procurava ajudá-las. Levava muito a sério sua consagração, por isso, buscava ter uma vida austera, observante e de muita oração. Dotada de um coração muito sensível, buscava amenizar o sofrimento das pessoas, dos religiosos, das Irmãs e dos pobres. De espírito corajoso, atenciosa e fraterna, foram bem numerosos aqueles que, por seu intermédio, Cristo conduziu
IRMÃ ISABEL MARIA: PERFIL HUMANO
Nasceu no dia 1º de abril de 1869. Era uma mulher muito bonita, um tipo graúdo.Apesar do temperamento forte e enérgico,mostrava-se sempre bondosa, paciente e silenciosa até na maneira de andar. Verdadeira mãe para as formandas. Notabilizou-se pelo amor ao cumprimento dos próprios deveres. Foi fundadora do Colégio de Barra do Corda em 1910 e Superiora da Fraternidade. Quando a Congregação adquiriu sua autonomia em 1924, no Anil, foi eleita 1ª Conselheira do primeiro Governo Geral da Congregação. Faleceu a 15 de outubro de 1928, em São Luís – MA .
PERFIL ESPIRITUAL Alma de profunda piedade eucarística, um dos traços que sobressai do perfil de Irmã Isabel é a sua piedade pela Eucaristia. Encontrava, no Sacra mento da Eucaristia, serenidade e fortaleza para subir o íngreme calvário da doença que a vitimou – o câncer. A Alegria era um elemento visível do Carisma fundante em Irmã Isabel. Piedosa, tinha um profundo amor a Jesus Eucarístico de onde tirava força para carregar a cruz da enfermidade com resignação, serenidade e fortaleza
IRMÃ INÊS MARIA: PERFIL HUMANO
Nasceu em Santa Quitéria (CE), a 15 de maio de 1874, a única que não é natural de Canindé, apesar de estar morando e trabalhado lá na época da fundação da Congregação. Fez parte do primeiro Governo Geral, no Anil, em 1924 e, em 1929 foi eleita a segunda Superiora Geral da Congregação. De temperamento firme, inteligente e empreendedora. De vida longa, passou seus últimos anos de vida, na Colônia Antônio Diogo. Faleceu no dia 23 de julho de 1963, com 89 anos.
PERFIL ESPIRITUAL
Irmã Inês foi uma mulher Corajosa e de profunda intimidade com Deus, estava sempre em oração. Assídua na meditação diária, na leitura espiritual e na confissão semanal. Sabia escutar, aconselhar e guardar o que ouvia .
IRMÃ MADALENA MARIA – PERFIL HUMANO
Nasceu em 8 de março de 1875. Pessoa retraída e enérgica, porém, muito caridosa e humilde. Após a profissão temporária, em
Santo Antônio do Prata, foi destinada para as fraternidades de Ourém, Barra do Corda, Anil e Porciúncula, na Parangaba. Amante do trabalho, executava todas as tarefas que lhe eram confiadas, com responsável diligência. Religiosa missionária que a tornava amiga
dos pobres, conselheira dos aflitos e Misericordiosa com os doentes. Silenciosa, edificante e piedosa, distinguiu-se por seu espírito de fé e generosidade, em seguir a vida comum, num esforço cotidiano de fidelidade a Deus. Ficava na Capela rezando até tarde da noite.
Já cega, era a primeira a apresentar-se para a oração da manhã. Bebeu em profundidade os ensinamentos dos missionários, especialmente do Fundador Frei João Pedro.