Irmãs Missionarias Capuchinhas em Gualdo Tadino – Itália, Vida em Missão: Um aprendizado com alegria.

IRMÃS MISSIONARIAS CAPUCHINHAS INICIAM NOVA MISSÃO NA PROVÍNCIA DA UMBRIA  em  GUALDO TADINO/ITÁLIA

“Ide, com coragem, alegria e misericórdia”

 (Servo de Deus, Frei João Pedro, Fundador da Congregação)

     Dizermos “sim” a esta experiência missionária  na realidade em que nos encontramos, implica em “nãos”, isto é, uma realidade que nos remete a condição de “togliersi le scarpe” tirar as sandálias, despojar-nos  de  nós mesmas, porém, não perdermos a nossa identidade de Irmãs Missionárias Capuchinhas brasileiras, e, sobretudo de  famílias oriundas  do nordeste do Brasil”. Buscamos acolher a cada dia e a cada momento, as novidades que surgem “davanti a noi” à nossa frente, com alegria e disposição embora quase sempre com dúvidas, contudo, elas nos possibilitam o cultivo da  vivência do “ser menor” e  até experimentarmos a sensação de voltarmos ao tempo de criança,  aprendendo tudo, inclusive a língua  e a darmos  pequenos  passos. Uma realidade  que nos leva a refletirmos as palavras de Jesus a Nicodemos: É necessário nascermos de novo” (João 3, 3) e tempos depois, São Francisco falou para seus companheiros: “Irmãos, comecemos tudo de novo, porque até agora….pouco ou nada fizemos”. A missão para nós aqui em Gualdo Tadino – Itália está nos possibilitando a vermos outro mundo totalmente desconhecido porém  com outra ótica, exercitarmos nosso ouvidos para a escuta de   novos rumores e a criarmos disposição interior  para acolhermos e amarmos o diferente. Eis o desafio! Missionário em terras alheias, ha bisogno di sentire come discepolo” necessita ter ouvir como discípulo, e colocar-se nas condições de “não impor condições”, cuja situação viveu Maria, quando recebeu o anúncio do anjo:Eccomi, sono la serva Del Singnore. Dio faccia com me come tu hai detto”.  (Lc. 1, 38)

            Durante cinco meses, vivemos em Assis na casa de nossos Irmãos Frades Capuchinhos, onde fomos bem agraciadas com  vida fraterna, apoio, orações, acolhida e orientações. Foi um tempo oportuno para estudarmos a língua italiana, legalização burocrática de documentos, conhecermos um pouco da cultura, religiosidade e compartilharmos  com nossos dons e esforços, contribuindo com os serviços de acolhida para hospedes/migrantes e com Liturgias Eucarísticas aos domingos durante alguns meses em uma casa de acolhida dos Frades Capuchinhos próximo ao Santuário São Francisco e Santa Clara, “Domus Letizia”, experiência que nos oportunizou maior proximidade com a língua. Tempo de desafio e Graça sobretudo ao contemplarmos a gratuidade de Deus revelada no semblante de milhares de peregrinos do mundo inteiro que percorriam e percorrem ainda  diariamente as ruas e santuários de Assis buscando conhecer as pegadas de São Francisco e Santa Clara naquela pequenina e singela cidade.

Aqui na  cidade de Gualdo Tadino  estamos  iniciando uma nova etapa da missão.  É uma cidade a 30 km de Assis, situada nas montanhas, com 15.049 habitantes, segundo os moradores é uma das regiões mais frias e chega a 10Cº abaixo de zero com bastante neve. Anos atrás era uma cidade industrial com a maior produção de cerâmica do país, hoje,  porém quase todas as fábricas são falidas e o desemprego é grande, se ouve falar tanto em crise financeira.  Aqui não se ver muita gente nas ruas e as casas são fechadas devido o clima frio, mas quando nos aproximamos das pessoas, somos muito bem acolhidas. Para eles, um sorriso, um “buongiorno” bom dia, um aperto de mão, uma escuta,  uma atenção, “sono  benvenuti” são todos bem vindos. A Igreja é tradicional e frequentada pelos anciãs, contudo, na cidade há grande número de jovens e crianças, porém, há muitas pessoas que expressam pensamentos diversos. Há  Paróquias e um Santuário “Madre del Divino Amore”  Mãe do Divino Amor, este pertence aos Frades Capuchinhos, cujo espaço vivemos.

  Nesta pequena cidade  estamos recomeçando tudo outra vez, a partir da língua que é usada com dialeto que se aproxima da lingua original italiana. Um certo dia, grupo de senhoras que visitam  o Santuário diariamente nos interpelaram: “vocês são daquelas religiosas que o Papa Francisco falou que devem sair dos conventos para estarem no meio do povo”? Sim, somos! Somos Missionárias Capuchinhas brasileiras e estamos aqui para estarmos juntas com vocês. Acrescentaram: Graças a Deus! Precisamos de vocês, irmãs brasileiras, alegres, jovens, dinâmicas que gostam de estar no meio do povo.

A Província dos Capuchinhos da Úmbria/Itália que se estende ao Amazonas, mediante convite para a nossa Congregação apresentou a proposta para sermos presença com a juventude e família, no Santuário e ajuda na formação na casa de encontro das pastorais dos Capuchinhos em Gualdo Tadino, onde atualmente vivemos, porém, a missão se estende a Província. Uma expressão que  ouvimos com frequência aqui é: “piano, piano si impara” que significa, devagar, devagar se aprende. Atualmente são tantos convites para ajudar também nas comunidades e Paróquias e Escolas.

  Estamos fazendo o processo de conhecimento e aprendizado na expectativa de nos aproximarmos sempre mais da juventude e juntos/as abrirmos novos caminhos. Há muitos  jovens em geral que não estão nas igrejas, nos encontramos nas escolas e em grupos, entre eles a sensibilidade pela partilha e solidariedade  com   missão.  Durante estes seis meses, marcamos presença com o Grupo “RAgazzi.MIssionari” Jovens Missionários de várias regiões que desenvolvem missão e atividades voluntárias na Itália e no Brasil e atualmente desejam estender as mãos a outras terras em missão. Estes jovens fazem preparação para a missão mensalmente. Os encontros acontecem em várias cidades da Itália, com partilha de vida e experiências  missionárias, estudos e orientações.

       Acompanhamos também e colaboramos com jovens nas escolas de Assis e Gualdo Tadino, durante cinco semana com oficinas artesanais de várias espécies em prol do projeto “Javarí” pela missão na Amazônia. Nos surpreendeu  o empenho e voluntariado de tantos jovens e monitores nas mais variadas oficinas artesanais e a coragem de enfrentar os desafios. Mais relevante foi a aproximação, convivência e proposta para continuidade criando novos núcleos para preparação missionárias de jovens.

Não pretendemos fazer, grandes coisas, mas estamos buscando viver com intensidade cada momento que Deus nos propõe, enfrentando os desafios sobretudo do clima, da língua e cultura. Esperamos continuar bebendo da força do Espírito que vem também através das orações do nosso povo amado do Brasil, que além das montanhas chegam para aquecer nossos corações e nos dão a certeza de que a vida religiosa é verdadeiramente sermos irmãs/irmãos. Segundo Frei João Pedro de Sexto o nosso fundador, em uma de suas circulares em 21.08.1912, relatou: “Não basta vivermos e comportarmos-nos como bons religiosos, que isto podíamos fazer também nos conventos, mas devemos ser, ainda mais, ótimos Missionários”.

Um fraterno abraço para todos/as

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Ir. Lúcia Silva, IMC        Ir. Francisca Erineuda, IMC

FRATERNITÀ CHIARA D’ASSISI

VIALE DEI CAPPUCCINI,116

GUALDO TADINO -PG  CAP 06023 – ITÁLIA

e-mail: fono.irluciasilva@gmail.com

e-mail: neudabento@outlook.com